domingo, 22 de novembro de 2020

Unidade de leitora de disquetes com 4 drives!

Quem possui uma interface Beta Disk sabe, pelo menos através do manual, que ela é capaz de gerenciar até 4 unidades de drives... Coisa que muitos PCs nem conseguem fazer.  ;)
Bom, na teoria é legal, mas e na prática?

Esta tem sido minha luta nestes últimos meses, pois, apesar de aparentar uma certa simplicidade, isso é complicado quando se trata de unidades de disquetes de 3 1/2". A razão se dá pelo fato de que a grande maioria destas unidades só te permitem configurar unidade A ou B. Isso quando você consegue localizar os jumpers ou pontos de solda DS0 e DS1. É comum ter que desparafusar a lata para localizar estes pontos...   :/
Por padrão de fábrica, estes drives menores vem configurados como unidade B (DS1), por isso aquela inversão no flat cable dos PCs. Esta inversão faz justamente que a unidade pré-configurada como B, se torne A (o cabo faz o serviço do jumper). Mas atenção: Este tipo de inversão dos cabos de PC não servem para a Beta Disk! O ideal é você ter um cabo contínuo (sem inversões) e "jumpear" diretamente nos drives.

Já no caso dos drives de 5 1/4" isto é bem mais tranquilo, pois os jumpers são de fácil acesso e permitem configurar até quatro unidades (A,B,C,D ou DS0,DS1,DS2,DS3). Mas, de forma prática, não teria muita utilidade atualmente, pois trabalhamos mais com o disco menor de 3 1/2" (mais robusto e de maior capacidade).
O legal seria ter 4 unidades de 3 1/2" ou 2 unidades de 3 1/2" + 2 unidades de 5 1/4", pelo menos para efetuar cópias, restaurações, etc. Como a primeira opção eu já descartei, optei pela segunda.
Depois de encontrar uma boa fonte de 12v e 5v, que não provocasse interferência na imagem do TK (sim, isso infelizmente pode acontecer), finalmente consegui montar minha unidade de 4 floppy drives. Funcionando perfeitamente depois de uma rigorosa limpeza interna nos drives!

Segue as imagens.  ;)



Como eu recupero disquetes mofados (Tutorial de Limpeza de discos 5 1/4").

Sabemos que hoje em dia, encontrar discos de 5 1/4" em bom estado é algo muito raro. 
A maioria, mesmo estando lacrados (new old stock), podem apresentar sinais de mofo na mídia... Que dirá os discos usados e mal armazenados!
Bem, mas para tudo existe uma solução.  ;)
A que funcionou comigo e que eu compartilho neste post, poderá ajudar a "dar vida" aos velhos disquinhos e, quem sabe, recuperar dados preciosos!

Umas considerações importantes antes de começar:
- Não insira discos mofados ou sujos no drive antes de limpá-los (nem por curiosidade!). Provavelmente esta sujeira/mofo, ao ter contato com a cabeça de leitura do drive, irá arranhar o disco, provocando danos irreversíveis. Limpe primeiro o disco.
- Também convém limpar antes a cabeça de leitura do drive com um disco apropriado de limpeza (feito de uma espécie de feltro e embebecido com álcool isopropílico). Se você não achar, pode-se fabricar um caseiro com filtro de papel coador de café. Depois publico um post ensinando a fazer.
- Faça tudo por sua conta e risco. Não me responsabilizo por danos provocados durante o processo, ok?

TUTORIAL (passo-a-passo):

O disquete escolhido foi este Dysan, com 35 anos de idade!

O primeiro passo é abrir com um estilete a parte superior do disquete, pelo lado da dobra. Este é um momento delicado, pois exige firmeza nas mãos e uma lâmina bem afiada. O corte é feito pela própria folga da dobra, por cima do plástico. Jamais insira a lâmina dentro do plástico!
OBS: Alguns são fáceis de descolar manualmente e talvez nem seja necessário o estilete.

Em seguida, após retirar o disco com cuidado, mergulho ele num prato com uma solução de água e detergente. Depois vou passando o dedo suavemente por toda a mídia, em ambos os lados. Não utilize nada que possa ser abrasivo, tipo esponjas, etc. Em casos extremos, você pode acrescentar umas gotas de água sanitária na solução.

Na sequência, enxáguo em água corrente para remover o detergente.

Para secar, utilizo 2 conjuntos de toalha de papel (com 2 folhas cada - que serão dobradas).


Atenção: Apenas dobre as folhas uma sobre a outra, sem esfregar nada sobre a mídia. Faça uma pressão com os dedos para o papel absorver a água.


Depois repita a operação no segundo conjunto de folhas. Pronto! Isso já será suficiente para deixar a mídia bem sequinha. Nada de secadores por favor!

Depois é só voltar com a mídia para a embalagem. Se ao tirá-la você ver algum tipo de sujeira ou cheiro de mofo no feltro interno, poderá lavá-lo também (com muito cuidado para não danificar nada) e, secá-lo com secador em baixa temperatura (só na embalagem que pode). Se for só cheiro, pode-se borrifar álcool isopropílico dentro (que seca rapidinho).

Esta imagem acima é exemplo de um caso crítico, onde o feltro interno já está bem contaminado.
Nestes casos, costumo descartar e ler o disco em outro invólucro em melhor estado.


Agora é só fechar com fita adesiva de boa qualidade.


Colocar no drive e...

Voia-lá!!! Agora lendo perfeitamente!  :)

O ANTES...

... e o DEPOIS! Este chegou a brilhar!  :))

Mas nem sempre é tão fácil assim... Na imagem abaixo temos um exemplo de um disco irrecuperável, cuja manta magnética foi danificada (provavelmente por drives desalinhados, cabeças sujas ou resíduos que não foram limpos no próprio disquete).



Minha primeira interface da Chayenne (C.A.S.), uma réplica nacional.

Se tem uma interface que não me incomodo de ter mais de uma, é uma Beta Disk!

Recentemente adquiri um lote de itens da linha Sinclair e, para minha grata surpresa, havia uma interface beta disk da Chayenne Advanced System, reproduzida no Brasil pela Arcade Informática.
Infelizmente ela apresenta problemas no funcionamento e será necessário uma manutenção. Mas nada preocupante, pois amo fazer isso...  :)
A dificuldade neste caso é que existia um péssimo hábito da época de se raspar os integrados (para que não fossem feito cópias dos produtos)... Se pode complicar, pra quê facilitar não é mesmo?

Curiosamente ela se parece muito na montagem interna com a interface da CBI (outra que anseio adquirir um dia), utilizando um sistema de 2 placas sobrepostas e com uma impressão do circuito bem típica da época (um tanto frágil, ao meu ver).
Outra coisa que gostei muito foi o conector do cabo flat dos drives, bem prático.
Pena que este modelo não possua interface integrada de impressora (como da CBI e a IDS).
Outra coisa que me chamou a atenção foi que ela possui uma entrada auxiliar de alimentação, com direito ao regulador de tensão 7805 e um dissipador interno, pois sua caixa tampa a entrada AC dos TKs/ZXs.

Seguem as imagens (com a caixinha já devidamente personalizada).







Erro de leitura na trilha 0, setor 9.

Ao readquirir minha interface Beta (praticamente "nova" e sem uso), deparei-me com a mensagem "erro de leitura na trilha 0, s...