quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Sobre a Interface Beta Disk...

O ZX Spectrum teve diversas opções de interfaces de disco bem populares na época, tais como a Disciple, a Opus Discovery e até seu sistema interno no modelo ZX Spectrum +3 (que utilizava um raro disco de 3").

A interface de disco Beta foi desenvolvida pela Technology Research Ltd, no Reino Unido, em 1984 e lançada em 1985. Num primeiro momento era destinada para a versão de micros de 48k e posteriormente criaram a versão para 128k, cuja as diferenças estavam apenas nos pontos de acesso à memória do micro. Elas foram distribuídas com o sistema operacional TR-DOS na ROM, desenvolvido pela mesma empresa.

Estas interfaces também rodavam o IS-DOS, CP-M, DNA OS, entre outros sistemas compatíveis.
Uma enorme quantidade de programas foram desenvolvidos para ela, principalmente na antiga União Soviética, que utilizava massivamente o sistema até em plena era dos PCs!

No Brasil, apesar das promessas da Microdigital de lançar a interface de disco (o que nunca ocorreu), alguns fabricantes tomaram a iniciativa clonaram a Beta Disk, tornando-se rapidamente bem popular por aqui. Dentre os modelo podemos destacar a Arcade, CBI-95 e IDS91, esta última produzida pela Synchron e que ganhou uma nova versão posteriormente, a IDS2001 ne. É este modelo que utilizo atualmente. Todas são destinadas apenas para os micros TK90X e TK95 de 48k.



Estas interfaces possuem uma saída para conexão para até 4 unidades de disquetes (de 5 1/4" ou 3 1/2"), uma saída de impressora paralela, um botão de reset e um curioso e prático "botão mágico" que, com apenas um click, transfere todo o conteúdo da memória do micro para o disco de forma instantânea.

Com o seu lançamento, rapidamente foram convertidos diversos aplicativos e jogos de fita para o sistema de disco, gerando uma comodidade e uma "libertação" sem precedentes.

Ainda hoje estas interfaces são produzidas no exterior, com alguns integrados mais modernos e algumas pequenas variações. Já tive a oportunidade de experimentar uma produzida na Rússia que funcionou perfeitamente com o meu TK95.


Sobre o objetivo deste blog...

Meu nome é Manoel Carvalho, profissional de marketing, programador e entusiasta da retro-computação (exclusivamente focado na linha ZX Spectrum da Sinclair, cujo modelo foi clonado no Brasil pela Microdigital Eletrônica, nas linhas TK90X e TK95).
Estes micros pessoais fizeram um grande sucesso na década de 80 e eu aprendi a programar neles.
Já se passaram mais de 30 anos de uma longa história com estes micrinhos e ainda cultivo o prazer de programar neles. Mas especificamente num TK95 que conservo até hoje.

Vale destacar que estes micros possuem uma grande e ativa comunidade de retro-entusiastas espalhada por todo o mundo, inclusive no Brasil.


O TK95 (assim como seus compatíveis) possui uma grande variedade de modos de armazenamento, que vão desde as famosas fitas K7 até aos modernos cartões SD. Todos dependendo de interfaces que fazem a intermediação entre o micro e estas mídias. Dentre elas, existe uma intermediária (e atualmente pouco utilizada) interface chamada Beta Disk, que utiliza mídias de disquetes. É sobre ela e seu uso que este blog pretende comentar.

Eu considero que a utilização desta interface nos remete a um prazer nostálgico sem igual na retro-computação e, deste então, esta passou a ser minha mídia de armazenamento preferida.
Como notei que "ressucitar" tal equipamento era algo um tanto quanto trabalhoso (principalmente na busca de informações), resolvi registrar aqui o passo-a-passo das minhas descobertas e assim, quem sabe, ajudar outra pessoa interessada no assunto. Simples assim.

Portanto, divirta-se!

Erro de leitura na trilha 0, setor 9.

Ao readquirir minha interface Beta (praticamente "nova" e sem uso), deparei-me com a mensagem "erro de leitura na trilha 0, s...